O lúpulo é um ingrediente fundamental na cerveja e tem a função principal de contribuir com o amargo característico, com sabor e aroma e também para a estabilidade da espuma. Mas, na verdade, o lúpulo começou a ser adicionado à cerveja para atuar como conservante, conferindo-lhe estabilidade bacteriológica tão importante especialmente quando não havia as condições de refrigeração do séc. XX.
O lúpulo (Humulus lupulus L.) é uma trepadeira que cresce nas latitudes de climas temperados, entre os 35 e os 55º latitude, e é colhido na Primavera. Em Portugal, é uma espécie autóctone que cresce espontaneamente no Norte e centro do país e, apesar de ainda ser reduzido, também há cultivo de lúpulo, da variedade Nugget, na zona de Bragança.
Algumas das variedades mais conhecidas são: Amarillo, Brewer’s Gold, Bullion, Cascade, Centennial, Chinook, Cluster, Citra, Comet, Eroica, Fuggles, Galena, Goldings, Hallertau, Nugget, Northern Brewer, Perle, Saaz, Styrian Goldings, Tettnang and Willamettes.
A adição de lúpulo à cerveja vem desde, pelo menos, 7.000-1.000 AC. Em 600 AC, no antigo Egipto o lúpulo era usado para dar sabor à cerveja, em 300 AC já era cultivado na Alemanha e nos tempos medievais era usado comumente em mosteiros franceses e alemães. Antes do uso do lúpulo, para equilibrar a doçura do malte, a cerveja era temperada com ervas e especiarias como zimbro, coentro, cominho, noz-moscada, folhas de carvalho, flores de limão, cravinho, alecrim, genciana, camomila entre outras ervas e especiarias. Por volta dos séculos XIV e XV, o lúpulo substituiu as especiarias e ervas na produção de cerveja, particularmente depois da Lei da Pureza alemã, a Reinheitsgebot de 1516 que proíbe o uso de outros ingredientes na cerveja para além de água, malte e lúpulo e por ser um preservante natural da cerveja muito valorizado no tempo dos Descobrimentos em que a cerveja tinha de ter uma validade longa para aguentar as longas viagem de barco.
O lúpulo pode ser adicionado em diferentes fases do processo de produção conforme o resultado final pretendido. Se for adicionado no início do estágio de ebulição, será um lúpulo amargo, se for a meio desse estágio teremos um lúpulo aromatizante e, se adicionado no final, teremos um lúpulo aromático ou, mais tarde ainda no processo de infusão, um lúpulo seco / dry hopping, tão em voga nos dias de hoje.
Em seguida, apresentamos-lhe 10 cervejas excepcionais para as quais o lúpulo assume ainda maior importância:
Boulevard Tank 7 Farmhouse 35,5 cl
Uma das 10 melhores cervejas artesanais dos EUA. O nome desta cerveja surge quando os master brewers da Boulevard chegaram ao que acordaram ser a saison perfeita (ainda durante o processo de fabrico). Assim, no tanque de fermentação nº 7 nasce esta excelente cerveja, uma Farmhouse Ale ou Saison, bastante equilibrada e onde as notas aromáticas frutadas e a lúpulo lembram toranjas e especiarias. Muito complexa, com um perfeito equilíbrio de carbonatação, esta Boulevard Tank 7 é, segundo inúmeros Chefs, uma das cervejas indicadas para acompanhar a gastronomia mais saborosa!
A Chouffe dos connoisseurs…A Chouffe Houblon (que significa lúpulo em francês) é um requintado apuro da receita da Chouffe, e é a primeira Belgian IPA. Adicionados à fermentação base, os lúpulos Tomahawk, Amarillo e Saaz, conferem sofisticados aromas a toranja, fruta tropical e um equilibrado amargor final. Pairing ideal com bisque de lagosta, fígado frito e cozinha japonesa mas também é procurada como ingrediente culinário. Medalha de Ouro nos World Beer Awards.
Inspirada na “American West Coast”! Esta criação não surpreende quando dizemos que é feita com 7 lúpulos diferentes. Inspirado nas suas viagens à costa oeste dos EUA, Stefan criou um monumento às cervejas fortes em lúpulo. A combinação intensa e amarga com uma nota ligeira de chili, que lhe confere o verdadeiro estilo de uma West Coast IPA, é um absoluto prazer em todos os sentidos! Excelente pairing com Finger-Food.
666 razões para querer beber esta Duvel! O desenho amarelo quente e ensolarado das garrafas já sugere isso mesmo… Esta Duvel é leve, expressiva e deliciosamente bebível. Nada menos que 6 variedades diferentes de lúpulo são usadas nesta Duvel 6,66% que, tal como a Duvel clássica, recorre às variedades nobres e exclusivas de lúpulo Saaz e Styrian Golding. O sabor é então equilibrado pela adição de quatro variedades de lúpulo ao mix, que também envolve a técnica de dry-hopping. Refermenta na garrafa. Conquistou a medalha de ouro no “Le Concours International de Lyon”.
Cerveja especial criada para comemorar os 25 anos da famosa Delirium Tremens! O aroma é encorpado, intenso com um toque de caramelo e que, juntamente com o amargor picante e cítrico, conferem complexidade a esta fermentação que tem um aftertaste ligeiramente amargo e persistente. Premiada por várias vezes, conquistou o Ouro no World Beer Awards de 2020|Bélgica.
Para perder a cabeça! Produzida em Melle, Bélgica, esta premiada Strong Ale belga tem uma suave cor dourada, apresenta muitas notas cítricas oriundas dos lúpulos Saaz, Brewers Gold e Amarillo. Inicialmente apresenta um sabor doce e intenso, e o amargor surge depois para nos oferecer um final equilibrado e suave. Casa com pizza!
O terroir do Douro, em versão IPA! Produzida pela Quinta de La Rosa no coração do Vale do Douro – Património Mundial da UNESCO – tem notas de frutos cítricos, como a laranja e o maracujá e florais, por ter fermentado em barricas de carvalho usadas durante o estágio dos vinhos brancos do La Rosa Reserve. É uma India Pale Ale muito suave, sem exageros nas notas amargas e por vezes adstringentes dos lúpulos, fazendo com esta La Rosa IPA seja a perfeita porta de entrada para o estilo IPA, tão procurado atualmente. Faz um excelente pairing com pizzas e massas com molho picante de carne e tomate!
A IPA Clássica Inglesa, made in Belgium! A Martin ‘s IPA é assim, ainda hoje, a perfeita aliança entre o carácter das cervejas Britânicas e a expertise da escola Cervejeira Belga. Aromas frutados e temperados com os toques herbáceos dos lúpulos e fragrâncias de flores brancas compõem este bouquet tão complexo. Na boca, a sofisticação acentua-se com um poderoso e requintado amargor inicial seguido de um subtil e desafiante toque apimentado, deixando um aftertaste meio-seco a cereais tostados.
A garrafa de 75 cl é perfeita para oferecer e tem a quantidade certa para acompanhar uma boa conversa!
O “pão líquido”! O característico sabor frutado e amargor da cerveja Orval, torna-a uma verdadeira referência no mundo das “Authentic Trappist Beers”. O crítico de cerveja Michael Jackson considerou Orval como “um maravilhoso aperitivo” e um “clássico mundial”. A cerveja Orval passa por um processo de envelhecimento, que lhe confere notas frutadas, e que resulta num equilíbrio subtil entre o paladar encorpado e o amargor. Sugerimos harmonizar com bife tártaro.
Saison Dupont Dry Hopping 33 cl
Uma Saison Dupont diferente todos os anos. Nesta versão Dry Hopping, temos um lúpulo diferente todos os anos e por isso uma cerveja diferente todos os anos! Este ano, o lúpulo escolhido foi o “Styrian Wolf”, que confere a esta cerveja aromas frutados mais intensos, como o maracujá. Acompanhe com uns pastéis de massa folhada!
Um estilo invulgar nesta categoria – Trappist IPA!
A Spencer IPA é nova, diferente e é uma interpretação Trappist de uma IPA: paladar intenso e muito fácil de degustar. Desenhada para ser uma IPA “para todos”, até para os que não são apreciadores do estilo, apresenta aromas lupulados e é uma cerveja muito harmoniosa e complexa. A Spencer é também a primeira e única cerveja trapista nos Estados Unidos à data de hoje.
