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A temperatura da cerveja perfeita

Como disse Randy Mosher no seu best-seller “Tasting Beer – An insider’s guide to the workd’s greatest drink”, nada afeta mais uma cerveja no momento de a servir do que a temperatura. O sabor, aroma, textura, carbonatação e até a transparência são afetados pela temperatura. Assim, uma temperatura de serviço correta na degustação da cerveja é essencial para a apreciação completa das suas características sensoriais.

Ao servir uma cerveja na temperatura correta ocorrem uma série de reações químicas: os aromas intensificam-se, revelando notas frutadas, florais, terrosas ou picantes, dependendo do estilo da cerveja. Os sabores tornam-se mais nítidos e complexos, permitindo uma completa apreciação dos ingredientes utilizados no processo de produção bem como das técnicas utilizadas.

Ale vs. Lager

A forma de produção da cerveja influencia logo à partida a temperatura de serviço. As ales são cervejas fermentadas a temperaturas mais elevadas, aprox. entre 15-24ºC, o processo de fermentação é mais curto do que as lager e os aromas mais complexos com notas frutadas, especiadas e maltadas. Assim, a sua temperatura de degustação é também mais elevada. Por outro lado, as lager, geralmente as cervejas que conhecemos de produção industrial massificada, são fermentadas a temperaturas mais baixas, aprox. entre 7-13ºC, o processo de fermentação é mais longo, o que resulta em cervejas mais limpas e um perfil de sabor mais leve e refrescante. São desenhadas para serem servidas muito frias e ótimas para matar a sede.

Leves vs. Fortes

Uma “regra de bolso” comumente adotada é relacionar a temperatura de serviço ao grau de álcool da cerveja. Esta recomendação também se aplica a sidras e cervejas sem álcool. A temperaturas muito baixas as moléculas que compõem os aromas movem-se mais devagar e não se dissipam no ar e ficam na cerveja imperceptíveis ao olfato. Isto é particularmente acentuado nos aromas maltados e condimentados.

As cervejas com maior teor alcoólico tendem por isso a ser apreciadas em temperaturas mais elevadas, permitindo que todos os seus aromas e sabores sejam devidamente identificados e revelarem assim todas as suas complexidades. Em temperaturas mais baixas, essas nuances podem ficar retraídas e dificultar a apreciação plena da cerveja.

Claras vs. Escuras

Da mesma forma, cervejas mais alcoólicas são servidas a temperaturas mais altas, as cervejas mais escuras integram nos seus ingredientes elementos tostados cujos compostos químicos se volatilizam a temperaturas mais elevadas, libertando toda sua gama de aromas.

Temperatura vs. Textura

A temperatura influencia, e muito, a sensação na boca e a percepção da carbonatação. Cervejas mais frias tendem a ser mais refrescantes e efervescentes, enquanto temperaturas mais altas podem proporcionar uma sensação mais suave e aveludada.

Apesar das cervejas ale libertarem o seu potencial aromático a temperaturas mais elevadas e as lager a temperaturas mais baixas, é de evitar servir cervejas em temperaturas extremas. As temperaturas excessivamente baixas podem anestesiar o paladar e dificultar a detecção de sabores subtis, enquanto temperaturas muito altas podem resultar numa experiência desagradável, acentuando a sensação alcoólica e falta de equilíbrio na cerveja.

Para profissionais, ou para os apreciadores mais rigorosos, é importante medir a temperatura exata no momento do serviço, para isso usam-se termómetros digitais que funcionam por proximidade, evitando o contacto direto com a bebida.

Em resumo, a temperatura de serviço desempenha um papel fundamental na degustação da cerveja, permitindo que suas características sejam plenamente apreciadas. Seguir as diretrizes gerais, adaptadas ao estilo e teor alcoólico da cerveja, ajuda a revelar o potencial máximo dos seus aromas, sabores e texturas.

Gosto vs. Regras

É importante sublinhar que, além das orientações mais gerais, o gosto pessoal de cada um tem de ser levado em consideração. Afinal, a experiência de degustação é única para cada um de nós, e experimentar a mesma cerveja a diferentes temperaturas pode também ser uma jornada de descobertas para tornar a experiência ainda mais agradável e, quem sabe, encontrar a combinação perfeita que satisfaça o seu paladar.

No Syndicato encontra uma seleção de cervejas muito aromáticas, umas com um carácter mais explosivo, outras mais envolventes outras ainda mais delicadas.
Divirta-se a explorá-las!

1 Rodenbach Alexander 33 cl

A Rodenbach Alexander é o arquétipo de uma Flemish Red. Esta cerveja extraordinária, tem um paladar único e equilibrado, resultado da maturação em foeders – grandes toneis de madeira de carvalho. Com um ABV de 5,6%, inicie a degustação a uma temperatura entre os 4 e os 5ºC e note como evolui o final complexo com as suas notas subtis de frutas e madeira, a uma temperatura mais elevada. É sem dúvida uma das melhores sour ales que a RODENBACH já criou.  No retrogosto sentirá toques de Burgundy, sendo muito refrescante.

Um jantar especial? Harmonize com foie gras e surpreenda amigos e convidados!

 

 

 

 

2 Insel Baltic Farm

A Insel Baltic Farm apresenta um corpo distinto e uma cor âmbar clara e brilhante, a espuma é francamente exuberante. No nariz inebria com o seu aroma lupulado intenso, a melão maduro e sumarento e é agradavelmente picante e amarga, vínica e seca no final. É uma cerveja única nesta composição de sabor. Apesar dos 6,5% ABV a temperatura de serviço recomendada é 12 ºC, e só assim sentirá todos os seus aromas.

A Baltic Farm, é uma excelente companhia gastronómica, em especial queijos e comidas picantes.

 

 

 

3 Delirium Argentum 33 cl

A Delirium Argentum é uma cerveja especialmente criada para comemorar os 25 anos da famosa Delirium Tremens! O aroma é encorpado, intenso com um toque de caramelo e que, juntamente com o amargor picante e cítrico, conferem complexidade a esta fermentação que tem um aftertaste ligeiramente amargo e persistente. Degustar entre 7 a 8ºC. Perfeita para pizza!

World beer Awards 202s, Belgian IPA

 

 

 

4 Duvel Cashmere 33cl

Na Duvel Tripel Hop Cashmere são usadas três variedades de lúpulos: o Saaz-Saaz, Styrian Golding & Cashmere. A variedade Cashmere é o resultado do cruzamento do lúpulo Cascade com o Northen Brewer, altamente premiado! O Cashmere dá a esta versão da Duvel um carácter mais tropical que é acentuado pelo dry hopping. Com 9.5% ABV sugerimos saborear a 7-8ºC em dias mais solarengos, sentirá de modo mais intenso as notas de citrinos, pêssego e coco.

Excelente com uma tempura de legumes ou ceviche.

 

 

5 Straffe Hendrik Quadrupel

Lançada pelos mestres cervejeiros da Cervejeira De Halve Maan em 2010, a Straffe Hendrik Quadrupel é uma cerveja intensa, escura e com um sabor muito completo. Um sofisticado blend de maltes confere-lhe uma enorme complexidade, combinando uma delicada secura com toques de coentros, frutas escuras, anis e castanha assada. No paladar final, encontra-se um refinado toque adocicado de licor. A refermentação final em garrafa, cria uma cerveja que evolui e pode ser guardada em cave por muitos anos. Com um ABV de 11% e este perfil aromático, inicie a degustação nos 8ºC e aprecie a forma como os aromas dos ingredientes tostados evoluem à medida que a temperatura sobe.

Harmonize com pratos de carnes bem condimentados, chocolate e merengue.

 

 

6 Brunch Affair Imperial Stout

A Brunch Affair, uma criação da Sofia Oliveira, e é de facto uma cerveja sedutora. De corpo denso, a cor castanho profundo deixa adivinhar os aromas a cacau, café e canela. Com um toque doce dado pela lactose, é uma cerveja que enche o copo e o paladar. E a alma. Com os seus 12ºC recomendamos a mesma temperatura de serviço, os aromas do cacau, do café e da canela vão encher a sala!

Excelente como digestivo, é um pairing por excelência de doces escuros e frutos secos.

 

 

 

 

Boas Provas,

Bárbara Pimenta
Co-Founder & Beer Enthusiast

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